Renato Russo é autor de “Boomerangue Blues”, trilha de abertura de “O Outro Lado do Paraíso”
Imagem: Ricardo Matsukawa / UOL
Por: Adriana Barros
Desde outubro de 2017, quando a novela “O Outro Lado do Paraíso” foi ao ar pela primeira vez, surgiu a curiosidade em torno da autoria e da voz por trás de “Boomerangue Blues”.
Passado três meses, o refrão “tudo que você faz, um dia volta pra você”, que toca várias vezes de segunda a sábado, entre 21h e 21h30, na abertura da novela de Walcyr Carrasco, continua chamando atenção do telespectador.
Por várias vezes, foi um dos assuntos mais comentados no twitter. E ainda gera dúvidas sobre sua origem: mas que canção é essa?
Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo
Imagem: André Lobo/UOL
De autoria de Renato Russo, “Boomerangue Blues” traz o som original, quase como uma demo do cantor. A música representa todo o clima da trama, que discute por meio de ficção, as leis de ação e reação. Pode ser ouvida no álbum póstumo “Presente”.
Sob alcunha de “Bumerangue Blues“, o Barão Vermelho gravou a canção para o álbum “Declare Guerra”, lançado em 1986.
Em uma conversa exclusiva com a coluna, Giuliano Manfredini, filho do compositor, fala sobre a repercussão da música do pai na trilha da novela e os rumos da exposição de Renato em cartaz em São Paulo.
Leia abaixo os trechos da conversa:
Adriana: “Boomerangue Blues” na abertura de “O Outro Lado do Paraíso” está gerando uma grande repercussão. Imaginava tudo isso?
Giuliano Manfredini: Quando vi a sinopse da novela fiquei impressionado como a letra se encaixava como uma luva no roteiro. E sei que isso foi uma simbiose orquestrada pelo Mendoncinha [Mauro Mendonça Filho, diretor artístico da novela], ele é um craque! Gostaria muito que ele dirigisse alguma das obras do meu pai para a TV. Para mim, o trabalho dele em “Verdades Secretas” foi a melhor série da televisão brasileira.
Muita gente não tem ideia que a música é do Renato. Você soube disso? Por que acha que isso aconteceu?
Me ecoa através dos seus incontáveis admiradores e das redes sociais, de outra maneira. A forma elegante de como é colocada somente na abertura, com apenas a junção de duas estrofes, não ficou maçante e tem despertado a curiosidade para se conhecer mais ainda a canção e a densidade que meu pai sempre imprimiu em todas as suas letras, tanto em sua carreira solo, como neste caso do “Trovador Solitário”, assim como nas das bandas que ele criou. E mais, Renato Russo hoje, é de A à Z, é de 8 à 80. Como costumava dizer: “não faço as minhas músicas só para FM, faço para AM também”. Ele transcendeu!
Depois dessa repercussão pretende algum relançamento da canção?
Ainda não pensamos nisso, até porque trata-se de uma novela que marcará história, e a canção é praticamente um roteiro inspirador da própria trama, acredito.E como você mesma diz, em tão pouco tempo já causou um impacto tão grande não só pela dramaturgia, mas pelos extraordinários picos de audiência.
Vejo o Renato aí! Acho que tá bom, né?
A exposição do MIS está chegando ao fim e foi um sucesso. Você pretende levá-la para outra cidade?
A Legião Urbana Produções tem um contrato com o MIS sem fins lucrativos, mas já considero exitoso, e que continua até o final de fevereiro. O trabalho deles foi muito, muito além da expectativa, com uma curadoria impecável do André Sturm e sua equipe, e é lógico que estamos pensando em um futuro a longo prazo. Mas ainda estamos em fase de negociação que inclui outras cidades. Principalmente agora, depois de ter sido gratificada pelos leitores da Folha de São Paulo, como a melhor exposição do ano com quase 50% da votação do público, disputando entre 10 exposições, também grandiosas. É certo que vai continuar!
Há mais projetos com o legado do Renato que você está preparando?
Sim, esse ano é especial. Ele será dedicado a “Eduardo e Mônica – O Filme”