Rebelião de Stonewall: 47 anos de luta pela inclusão

renato stonewall

Na madrugada de 27 para 28 de junho de 1969, houve uma batida policial na casa noturna Stonewall Inn no bairro de Greenwich Village, em Manhattan, Nova Iorque. O bar era bastante movimentado e amplamente frequentado por aqueles que eram, então, ainda mais marginalizados dentro da comunidade gay local: Drag Queens, transgêneros, profissionais do sexo e também cidadãos sem-teto. Nesse dia, no entanto, os frequentadores decidiram que não iriam mais aceitar aquele tipo de tratamento violento. Foram três dias de protestos, truculência policial e muita, mas muita, luta pela inclusão e pelos direitos sociais da população gay.

Cansados da marginalização imposta em âmbitos médicos, sociais e jurídicos na sociedade norte-americana, é nessa época e por conta dos protestos de Stonewall que o movimento gay fortifica sua batalha pela liberdade.  Até 1960 raros eram os estabelecimentos que recebiam, abertamente, o público gay. Apenas bares e casas noturnas de determinados lugares aceitavam pessoas cujo gênero ou identidade não estivesse nos conformes da hétero-normatividade branca. Nos 6 meses seguintes aos protestos de Stonewall, duas organizações de luta pela inclusão social gay foram criadas em Nova Iorque. Poucos anos depois, várias foram criadas à base de muita coragem e luta ao redor do mundo. Desde Stonewall inúmeras frentes, ONGs, juntas, partidos políticos e outros tipos de grupos se organizaram politicamente para inclusão não só dos gays, mas de todas aquelas minorias que sofrem com preconceitos todos os dias como negros, mulheres, portadores de necessidades especiais e imigrantes. São quarenta e sete anos desde que um grupo decidiu não mais aceitar a violência desmedida, apesar de quotidiana, que lhes era imposta.

No Stonewall Celebration Concert, uma homenagem ao então aniversário de vinte e cinco anos da Rebelião, Renato Russo deixa uma mensagem leve, porém séria e firme, aos fãs sobre amar sem olhar a quem:

“É uma história de uma pessoa que de repente encontra outra pessoa. As duas pessoas vivem super bem, mas por de certas pressões da sociedade ou delas próprias ou do que quer que seja essa coisa não dá certo e depois termina cada um tentando encontrar o seu caminho mesmo essa coisa não tendo dado certo.”

Além disso, o álbum doou parte dos seus royalties para a campanha de Betinho – Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. O encarte tem função informativa para despertar a consciência do ouvinte ao trazer informações de vinte e nove entidades sociais, entre as quais o Grupo Gay da Bahia, ISER, Greenpeace, Sociedade Viva Cazuza e ABIA.

Fica o legado de Renato, fica a trilha sonora de uma luta. A luta contra o preconceito continua, a luta é todo dia.