Renato Russo Sinfônico completa três anos dia 29 de junho

Renato Russo Sinfônico

Há três anos, uma grande celebração agitava a Capital Federal para homenagear um dos maiores ídolos da música brasileira, Renato Russo. O espetáculo “Renato Russo Sinfônico” inaugurou, no dia 29 de junho de 2013, a arena multiuso do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, reconstruído para a realização da Copa do Mundo 2014. O evento, que trouxe o cantor e compositor de volta ao palco por meio de um holograma, reuniu 45 mil pessoas. Foi o maior público registrado até então em um show realizado em local fechado em Brasília.

O líder da Legião Urbana ressurgiu numa performance exclusiva em que interpretou a canção Há Tempos. O Renato Russo holográfico foi o primeiro holograma da América do Sul e o segundo em todo o mundo. Antes de Renato, a tecnologia, desenvolvida pela empresa americana V Squared Labs, havia trazido o rapper Tupac Shakur de volta ao palco do festival Coachella, em 2012. Em seguida, no final de 2013, o cantor e compositor Cazuza também reapareceu para o público num show realizado no Parque da Juventude (SP) e repetido na praia de Ipanema (RJ), em janeiro de 2014.

Com a participação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília (OSTNB), sob a regência do maestro Claudio Cohen, 14 intérpretes de grande prestígio nacional e internacional interpretaram as letras e melodias de Renato Russo: Zélia Duncan, Fernanda Takai, Ellén Oleria, Lobão, Alexandre Carlo (Natiruts), Ivete Sangalo, André Gonzales (Móveis Coloniais de Acaju), Zizi e Luiza Possi, Hamilton de Holanda, Jerry Adriani, Jorge Du Peixe (Nação Zumbi), Sandra de Sá e a violinista norte-americana Ann Marie Calhoun.

A megaprodução contou com arranjos de Arthur Verocai e cada artista convidado interpretou uma música, acompanhado de uma banda de músicos de destaque no cenário do rock nacional. Fred Nascimento, que tocou com a Legião e Renato por quase 10 anos (guitarra, violão e backing vocals), Fred Castro, ex-Raimundos (bateria), Flavia Couri (baixo), Marcela Vale (guitarra) e Luciano Lopes (teclados). Ao final, o ex-baixista da Legião Urbana, Renato Rocha, que foi ao show como convidado, subiu ao palco espontaneamente e fez o último show da vida dele, emocionando os fãs. Rocha faleceu em fevereiro de 2015.

O ator Fabrício Boliveira, que interpretou o João de Santo Cristo no filme Faroeste Caboclo (2013), foi o mestre de cerimônia do evento e realizou uma performance pela paz. O evento, que também foi transmitido ao vivo pelo canal Multishow, teve cenografia de Andrey Hermuche, imagens do VJ Alexandre Rangel e discotecagem do Coletivo Criolina. E, apesar do grande público, apenas dois pequenos atendimentos médicos foram registrados, e nenhuma confusão ou briga aconteceu.

De acordo com o produtor e filho do cantor, Giuliano Manfredini, a opção por reunir artistas de estilos tão variados foi para demonstrar o caráter universal da obra de Renato Russo, que não se limita a um gênero da música. “Renato não é só do Rock. Ele é um artista da música popular brasileira. O Renato é um patrimônio da humanidade, pertence a todos e pode ser interpretado por qualquer estilo musical, por qualquer voz”, explicou.

O espetáculo, produzido pela Legião Urbana Produções Artísticas, foi a concretização de um sonho de Renato Russo, cuja morte em 1996 o impediu de realizar. Ele planejava uma apresentação regida pelo maestro Silvio Barbato (ex-regente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, falecido no acidente da Air France em 2009), com uma grande orquestra. Fundada em 1979 pelo maestro Cláudio Santoro, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional já realizou milhares de concertos, temporadas de ópera e ballet, acompanhou artistas nacionais e internacionais e realizou turnês por Portugal, Itália, Cuba e Coréia.